segunda-feira, 25 de maio de 2009

CANÇÕES DE AMOR




Fechei os olhos mas ainda não queria dormir. Decidi pedir ao coração que pensasse em ti. Não lhe foi difícil obedecer-me e chamar à minha mente os teus gestos e essas coisas de ti!


Percorri-te por inteiro. Cheirei esse teu cheiro e consegui ouvir o teu esplendor. As tuas palavras enroladas em formas poéticas começaram a ecoar por toda a casa, o teu brilho apagou o velho sol.


Acabo por adormecer pelo que me pareceram algumas, apenas algumas pequenas horas. Sonhei contigo e com esse riso contagiante, cheio do fogo da paixão com que me abraças o corpo e me acaricias a alma.


Encontro-te finalmente por aí a meio de um dia que se avizinhava apenas um dia qualquer. Mas não foi. Pegaste tu na minha mão e levaste-a contigo para longe, para lá do medo, para lá da dor. Agarraste-me depois o corpo todo mas agora com mais força, ainda assim, com toda a tua delicadeza. Trouxeste a mim o fogo dessa tua imensidão e do desejo enorme de te poder amar todos os dias e não só às vezes.


Em abraços longos e fortes, fizeste rodopiar os meus pequenos pés de bailarina numa ansiedade perfeita dos circulos da sedução e do terrível desejo que despertas em mim. Tocaste a música certa com a perfeição do velho violino guardado. A tua voz ouviu-se baixinho mas clara e confiante como o sussurrar daquele vento que eu costumava temer mas que tu levaste para longe quando trouxeste as saias cheias de cor e de vida para eu usar só para ti naquelas noites em que danças comigo até que o luar se canse de nos ver.


Vais embora mais uma vez e deixas aqui o sonho, todo ele preso a mim. Deixas o cheiro, o suave barulho, o maravilhoso charme pintado pelas paredes brancas e esperas que eu te espere. E mais uma vez, eu esperarei . . .




Sem comentários: