sábado, 30 de maio de 2009

EMBRACE


Entrarias sozinho por aquela porta e trarias na mão um pano branco. Chegar-te-ias perto da cama e então agarrarias todo o meu corpo com o teu abraço. O pano branco limpar-me-ia as lágrimas e o teu calor, levaria o frio das horas em que esperei por ti.



Chegar-te-ias cada vez mais perto e conseguirias ouvir o bater compassado do meu coração porque finalmente chegaste.
Ouvirias tudo o que eu teria para te contar, completarias todas as minhas frases, entenderias todos os meus medos, as minhas dúvidas . . . os meus desejos. E por fim falarias . . . só para me dizer o que eu precisava tanto de ouvir.
Repararias em todas as cores do meu rosto, em todos os cabelos desalinhados pelo cansaço, em todos os movimentos descontrolados do meu corpo e dar-mo-ias de volta . . .

Levarias tudo para fora daqui só porque chegaste. Farias de mim alguém feliz!

" You hold me without touch . . . "

terça-feira, 26 de maio de 2009

SHOULD HAVE COME OVER


" Lonely is the room, the bed is made, the open window lets the rain in . . . "


Falta-nos o tempo para todas as conversas que queremos ter. Queremos falar de nós, deles, do passado, do presente . . . Queremos falar de tudo e não falar de nada. Enfim, parece-me que queremos falar de amor.


Falar de amor e das suas patéticas aventuras que tantas vezes nos levam a sanidade e nos trazem algo que nunca esperámos (nem sei bem se desejámos). Tantas vezes olhamos para o conforto e a calma do sofá vazio que nos parece que seria mais fácil assim . . . tão livres do medo, das pressões e da incerteza. Do risco até. . . quem sabe se não é ele que nos assusta. Mas arrisco-me a olhar nos teus olhos cheios de dúvidas e a dizer-te que vale sempre a pena ir lá tentar, vale sempre a pena arriscar, ir lá jogar, ganhar ou perder . . . amar, gostar e sofrer. Sim meu amor, arma-te de malas e bagagens e parte nesta viagem mas leva tudo o que tens. Só assim valerá a pena, se deres tudo para receberes tudo e pelo menos por um segundo seres toda tu inteira e feliz! De que te valeria tudo isto sem a adrenalina (maravilhosa epinefrina) de um dia a dia cheio de coisas novas? Vai borboleta, agarra aquilo que te faz feliz hoje, antes que o amanhão to leve para longe.

Não tenhas medo que se partam as asas, não deixes que as lágrimas te assustem, aconteça o que acontecer . . . estarei aqui e olha . . . alguma coisa, travão de mão!


segunda-feira, 25 de maio de 2009

CANÇÕES DE AMOR




Fechei os olhos mas ainda não queria dormir. Decidi pedir ao coração que pensasse em ti. Não lhe foi difícil obedecer-me e chamar à minha mente os teus gestos e essas coisas de ti!


Percorri-te por inteiro. Cheirei esse teu cheiro e consegui ouvir o teu esplendor. As tuas palavras enroladas em formas poéticas começaram a ecoar por toda a casa, o teu brilho apagou o velho sol.


Acabo por adormecer pelo que me pareceram algumas, apenas algumas pequenas horas. Sonhei contigo e com esse riso contagiante, cheio do fogo da paixão com que me abraças o corpo e me acaricias a alma.


Encontro-te finalmente por aí a meio de um dia que se avizinhava apenas um dia qualquer. Mas não foi. Pegaste tu na minha mão e levaste-a contigo para longe, para lá do medo, para lá da dor. Agarraste-me depois o corpo todo mas agora com mais força, ainda assim, com toda a tua delicadeza. Trouxeste a mim o fogo dessa tua imensidão e do desejo enorme de te poder amar todos os dias e não só às vezes.


Em abraços longos e fortes, fizeste rodopiar os meus pequenos pés de bailarina numa ansiedade perfeita dos circulos da sedução e do terrível desejo que despertas em mim. Tocaste a música certa com a perfeição do velho violino guardado. A tua voz ouviu-se baixinho mas clara e confiante como o sussurrar daquele vento que eu costumava temer mas que tu levaste para longe quando trouxeste as saias cheias de cor e de vida para eu usar só para ti naquelas noites em que danças comigo até que o luar se canse de nos ver.


Vais embora mais uma vez e deixas aqui o sonho, todo ele preso a mim. Deixas o cheiro, o suave barulho, o maravilhoso charme pintado pelas paredes brancas e esperas que eu te espere. E mais uma vez, eu esperarei . . .