sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

EMBRACE


Hoje apetece-me escrever.

O trabalho não vai mal e as saudades de ti apertam-me o peito e pedem-me que tire de mim palavras, que as escreva, para que não mais se percam.

Falta-me o teu sorriso cheio do desejo da sorte e da procura do inatingível, falta-me ainda o teu cheiro a mar da cor dos teus lindos olhos, das tuas mãos suaves, dos teus pés que se transformam em asas quando o coração pede para voar . . . CÉUS! Faltas-me tu em todo o teu esplendor de uma juventude que me mostras eterna, em toda a alegria de conversas que me deliciam as tardes, em passos perdidos por jardins que inventas para nós como quem pinta um quadro de uma paisagem que já se conhece bem! Até na escrita me faltas para me acalmares os dedos tensos que não param de escrever para parar as pernas que por elas só corriam, corriam, até chegar a ti! Faltas-me em casa, na rua, nos jardins, nas praias, no sol e na doce chuva que tornavas quente com o teu abraço vindo de um lugar divino, o teu conforto trazido do teu mais profundo desejo . . . As tuas doces palavras sussuradas ao ouvido, o teu suspiro lento a acariciar-me o cabelo longo que tanto invejas, que tanto adoras, que tanto admiras . . . O teu pulsar, o teu bater, o teu sentir junto do meu peito . . . A tua euforia nas noites que se avizinhavam de loucura, a tua serenidade nas tardes que se precisavam sérias, a tua voz de alento do outro lado do telefone que se emociona por mim e pelas minhas míseras, esforçadas e merecidas vitórias. Falta-me a tua dança que fazias minha, a tua música que me soava nossa, os teus passos que me consumiam a sanidade, o teu envolver que me rodopiava a mente em eternos pensamentos perdidos de quem já nem pensa e só sente e se deixa levar numa corrente doce, suave e selvagem ao mesmo tempo. Falta-me um milhão de coisas que me trazias numa mala pintada que abrias num quarto rodeado de espelhos . . . falta-me o prazer de todas essas coisas e a segurança que me transmitiam. Rompido tudo isso podia até sentir-me triste, só, perdida . . . mas não sinto. Restam-me ainda as memórias de ti, dos teus lindos traços, da tua maravilhosa voz, dos nossos momentos únicos, entre ti e mim e eis que isso me vai chegando, me vai acariciando a alma e acolhendo o espírito com amarras de esperança de que um dia voltes para perto do sítio onde o Sol ainda nasce para te ver.

Sem comentários: